Conacate e outras três entidades discutem cenário trabalhista brasileiro com a Organização Internacional do Trabalho
Parte da agenda do Movimento Reistência por um Brasil Melhor, reunião ocorreu em Genebra – na Suiça
Antes mesmo de seu lançamento oficial, programado para proximo dia 5/09, o Movimento Resistência Por um Brasil Melhor já iniciou sua agenda de defesa dos direitos dos trabalhadores brasileiros.
Representado pelas entidades Conacate, CNTA, Contag e Contratuh – por meio de seus respectivos líderes Antonio Carlos Fernandes Jr, Artur Bueno de Camargo, Alberto Broch e Moacyr Auersvald – o movimento se reuniu hoje, 28/08, com o diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Rider - em Genebra, na Suiça.
Na reunião o grupo discutiu as diversas crises pelas quais o Estado brasileiro atravessa nos âmbitos econômico, político e moral.
De acordo com Antônio Carlos Fernandes Jr., Rider se mostrou preocupado com os acontecimentos recentes do país e manifestou estranheza com o fato de a reforma trabalhista ter sido aprovada após apenas 26 dias de trâmite nas casas legislativas sem ao menos ensejar uma discussão com a sociedade civil.
Apesar disso, ainda segundo relatos de Fernandes Jr., o diretor da OIT demonstrou satisfação com o fato de os dirigentes sindicais estarem dispostos a negociar os aspecto necessários das reformas, para que sejam equilibradas e justas, criteriosamente distribuídos os ajustes entre todos os setores sociais e econômicos.
Ao final do encontro, a Conacate entregou denúncia formal envolvendo a não regulamentação da Convenção 151 da OIT e outras irregularidades, solicitando que seja anexada à denúncia já existente de junho de 2017 contra o Brasil, e aceleradas suas consequências.
Em conjunto os dirigentes brasileiros apelaram para que a OIT traga fatores externos ao processo e alinhavadas novas providências, que serão tomadas pelas entidades sindicais, junto ao escritório da OIT no Brasil.
O Movimento Resistência Por um Brasil Melhor
Composto por 22 confederações trabalhistas, o Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) lançará no dia 5 de setembro, às 10h, a campanha Movimento Resistência Por Um Brasil Melhor, no auditório do Hotel Nacional, em Brasília (DF). Representantes de mais de 80 milhões de trabalhadores farão ações conjuntas nos Estados contra a implementação da "reforma trabalhista"; (lei 13.467/2017) e a aprovação da "reforma da Previdência"; (PEC 287/16). A programação vai até 8 de novembro e contará com atos públicos e entrega de projeto de lei de iniciativa popular na Câmara dos Deputados. Sindicalistas não descartam a possibilidade de greve geral.
O objetivo da ação é denunciar aos trabalhadores, aposentados, pensionistas e à sociedade em geral os efeitos prejudiciais do que chama de "desmonte da legislação trabalhista", conscientizando a população sobre os retrocessos defendidos pelo presidente Michel Temer (PMDB).
Para isto, cinco comitês são encarregados de mobilizar os trabalhadores em suas bases, com o apoio de federações e sindicatos. O FST promete também ocupar espaços nos principais meios de comunicação, nas tribunas livres das Câmaras de Vereadores e nas Assembleias Legislativas.