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Editorial – novembro 2018

 

Antonio Carlos Fernandes Lima Junior – presidente
Conacate – Confederação Nacional das Carreiras e Atividades Típicas de Estado
Fenalegis – Federação Nac dos Servidores dos Legislativos e Tribunais de Contas Municipais

 

Perdendo a guerra porque egos e questões pontuais
se sobrepõem à luta política

 

     Estamos falando da guerra do equilíbrio social e de sobrevivência de instituições sociais de trabalhadores públicos e da iniciativa privada mais setores da segurança pública, membros e agentes de instituições públicas além de profissionais liberais e autônomos. Ouvi de um conceituado dirigente classista da iniciativa privada que ele não imaginava que a disputa de egos e questões pontuais no setor público fossem ainda maiores do que no setor privado. Mas em ambos dominantes.  Essa constatação se deu quando o Movimento BASTA uniu numa mesma e enorme mesa, desde final de 2017 até abril de 2018, dirigentes das categorias acima em reuniões que destacado membro classificou como épicas. Outro experimentado dirigente tomou a palavra numa dessas reuniões para perguntar se nos dávamos conta que estavam ali representados mais de 50 milhões de trabalhadores de todas essas categorias. Individualmente, nenhuma categoria detinha sozinha força suficiente para oferecer à sociedade, ávida, um norte. Mas juntas, sim. Estávamos formando a maior rede social de que se poderia ter notícia sob um carimbo forte: BASTA! E as redes sociais já se prenunciavam como o fator de maior influência nessas eleições. E... Basta, foi o recado final das urnas.

     Um conceituado consultor político de atuação internacional que conhecia por dentro organizações existentes e outras em formação hoje famosas, de setores com recursos em abundância e que influenciariam também sobremaneira as eleições, disse ao microfone que nenhuma delas possuía tamanho capital humano e capilaridade.

     Estavam reunidas as condições para influenciar os resultados no Poder Legislativo, tomando o cuidado de não entrar na disputa majoritária e ideológica. Reverter a famosa frase de Ulisses Guimarães nos anos 80: “Se você acha ruim o atual Congresso espere até ver o próximo”.

  

     Estavam reunidas as condições para ter como resultado a preservação da principal virtude do Poder Legislativo e que é sua essência, a pluralidade. De, bem ou mal, ter ali representados todos os segmentos sociais. Não é saudável que nenhum segmento, qualquer que seja, tenha o domínio das decisões nos Legislativos e isto estava perigosamente próximo de acontecer.

     E aconteceu. Nem precisou que mesas detentoras de poder que acompanhavam com ecoada preocupação tais reuniões precisassem agir demasiadamente para desmontar o que estava em curso – os egos e baixos interesses se ocuparam folgadamente de fazê-lo.

     É certo que teremos um parlamento renovado e moralmente mais arejado, mas é igualmente certo que se consolidou seu evidente desequilíbrio social.

     Assim mesmo, com este texto excessivamente adjetivado que expresso minha perplexidade e preocupação. A questão é se ainda dá tempo de se conseguir que prevaleça o equilíbrio nos encaminhamentos.

     Que a personalidade e caráter dos membros dos novos Parlamentos façam vingar visão histórica e consequente de suas decisões. Que as organizações sociais saibam se articular com objetividade e desarmadas de paixões. As lutas pontuais serão nada, perto da guerra perdida. Talvez seja a hora de um Movimento semelhante ao BASTA mas propositivo ao novo Brasil decidido pela sociedade.

 

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