Por causa de uma S.A. Sociedade Anônima.
Explico:
Atribui-se a um grande e bem-sucedido empresário, então prefeito de uma também grande capital, o seguinte episódio:
Despachando com auxiliares diretos questões administrativas teria comentado que estranhava algumas coisas e dito - Se na empresa o funcionário reinventa procedimentos, cria novas soluções e obtém sucesso ele é promovido, pode chegar a gerente e diretor enquanto aqui na Prefeitura, se o funcionário faz qualquer coisa fora da “caixinha” sou obrigado a puni-lo.
Não sei se tinha alguém na hora para dizer àquele empresário/prefeito que “felizmente é assim”. E antes de você dar um Like negativo, me permita explicar.
Quem manda na empresa é o seu dirigente maior, que dá a ordem de um novo procedimento por telefone e todos correm a cumprir. As consequências de seus erros e acertos se refletem diretamente no seu patrimônio. Já quem manda na estrutura pública é a Lei e somente a ela o servidor concursado deve irrestrita obediência. Se o governante quiser mudar um procedimento, deve enviar um projeto de Lei ao Poder Legislativo, onde bem ou mal está representada toda a sociedade e, se aprovado, não só pode implementar a mudança como todos estão obrigados a fazê-lo.
Com todas as correções que sabemos devem ser feitas, ouso dizer que na maior crítica ao Estado, sua baixa mobilidade e resposta às mudanças, reside sua maior virtude, qual seja, a perenidade. Assim como um bom empresário não consegue, em 4 anos, transformar aquela prefeitura numa S.A nós, na nossa infinita capacidade de elegermos mal nossos governantes colocaremos lá alguém que, em 4 anos, a destrua. Essa a grande garantia do cidadão.
Conjunturalmente temos hoje alguns setores de governos que agem como se tivessem recebido das urnas um cheque em branco ideológico e monetário. Não. Nem em 2003 quando os brasileiros elegemos a esquerda nem em 2018 quando elegemos a extrema direita votamos ideologicamente, apenas demos um grito de Basta.
Temos de dizer aos governantes que não foi para destruir as redes de proteção social que os elegemos. Não podem destruir em 4 anos, com MPs Medidas Provisórias e a famosa canetada as coisas que a sociedade levou muito mais do que duas décadas para construir. Sim, vou sair às ruas não por ser anarquista, de esquerda ou direita, mas para pedir EQUILÍBRIO, nas ações.
Grato.
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Antonio Carlos Fernandes Lima Junior
presidente
em 12/06/19